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O legado verde da Tacolindner

Escrito por Tacolindner | Jul 29, 2025 8:22:01 PM

Hoje em dia, expressões como "sustentabilidade" e "biodiversidade" são bastante comuns e fazem parte do vocabulário de todos. No entanto, nem sempre foi assim: esses conceitos, bem como a preocupação com o tema ambiental de forma mais ampla, só começaram a se popularizar a partr dos anos 80 em todo o mundo. Isso coloca a atuação da Tacolindner em uma outra perspectiva: muito antes de estes temas estarem em voga, a empresa já tinha a preservação e o uso racional dos recursos da natureza como pilares fundamentais. Hary Heins Lindner, fundador da Tacolindner, enxergava na natureza não apenas um recurso, mas um patrimônio a ser protegido.


A visão de Hary contrastava com a percepção predominante nas décadas de 1960 e 1970, quando florestas eram vistas como "mato" ou um "atraso ao progresso". Na época, se alguém herdava uma área de floresta, a comunidade via esse indivíduo como "ovelha negra" da família, já que essas áreas eram consideradas sem valor. Hary, no entanto, tinha um amor pessoal pela natureza e pelas árvores e seus filhos relatam que era comum vê-lo abraçando e beijando essas árvores. Na década de 60, Hary começou a adquirir áreas de floresta, visando ter suas próprias fontes de matéria-prima. Nessas florestas eram "colhidas" árvores maduras ou caídas e até os galhos eram aproveitados. A preocupação em reduzir ao máximo a derrubada de árvores e em evitar desperdícios é diretriz fundamental das operações da Tacolindner.

Uma das áreas de floresta adquiridas nessa época é a região conhecida como Caetezal, com mais de 4,6 mil hectres, localizada a 30km do centro de Joinville - SC, onde a fábrica é sediada. Em 1977, percebendo a importância dessa área para o abastecimento de água da região, Hary solcitou ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF, atual IBAMA) que a área fosse reconhecida como Refúgio Particular de Animais Nativos, fazendo dela uma das primeiras áreas privadas de preservação do país.


A área foi oficialmente reclassificada como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Caetezal em 2001, por meio da Portaria ICMBio nº 168/2001 e isso representou um aumento significativo na área total de RPPNs em Santa Catarina, praticamente dobrando o que existia anteriormente no estado. Hoje o Caetezal é responsável por cerca de 70% do abastecimento de água das regiões de Joinville e Araquari. Os objetivos da RPPN Caetezal incluem proteger, conservar e recuperar uma parcela da floresta existente na Serra Dona Francisca, buscando ser um modelo regional para pesquisa da fauna e flora, educação ambiental e transformação socioeconômico-ambiental das comunidades envolvidas, através do seu Plano de Manejo. A reserva preserva importantes biomas da Mata Atlântica, incluindo Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta de Transição (Ombrófila Densa para Mista) e Campos de Altitude.

 

Foto: Salto do Rio Cubatão, localizado na RPPN Caetezal
Fonte: plano de manejo da RPPN Caetezal
  
Além da RPPN Caetezal, Hary Lindner também foi proprietário da RPPN Ano Bom, uma área de 88 hectares localizada em São Bento do Sul - SC, criada oficialmente em 2001 pela Portaria ICMBio nº 167/2001. Embora seja uma área de menor extensão, sua existência reforça que a conservação ambiental é parte indissociável da visão da Tacolindner.

Além do manejo dos recursos, os produtos da Tacolindner em si também refletem o nosso compromisso com o meio-ambiente. Ainda na década de 1960 foi criado o Lambrilin, um forro que consiste em uma lâmina de madeira de lei colada sobre uma base de madeira multi-emendada. Para a fabricação dessas bases foi instalada uma "mini-fita" em Rio do Julio, uma área florestal de 1.200 hectares na Serra Dona Francisca. Esse equipamento era usado para serrar os galhos das árvores, que normalmente seriam descartados ou deixados na floresta, para que eles em vez disso pudessem ser serrados, secados e emendados. Práticas como essa demonstram que a Tacolindner implementava princípios de economia circular e valorização de resíduos muito antes de esses conceitos se tornarem parte do léxico da sustentabilidade corporativa.

Outro produto que foi criado visando reduzir a derrubada de árvores foi o Linpiso, que possibilitou uma redução drástica no corte de árvores. Com apenas 2,4mm de espessura, o produto tornou possível revestir uma mesma área usando muito menos madeira. Quando comparado a assoalhos convencionais, que tipicamente possuem espessuras de 20mm, mas podem chegar até 35mm, o Linpiso representa uma redução de até 1400% no uso de madeira. Quando a Patente de Invenção foi concedida, Hary disse: "Antes, para revestir um prédio, eu tinha que derrubar uma floresta. Hoje só preciso de uma árvore".


O legado de Hary Heins Lindner é uma inspiração que permanece viva — não apenas como memória, mas como propósito. Em um tempo em que sustentabilidade ainda era uma palavra desconhecida, ele já fazia da conservação um compromisso prático e pessoal. Hoje honramos essa história e encerramos um importante ciclo reorganizando os estoques para colocar nossos produtos à sua disposição através da ponta de estoque. É a última chance de adquirir essas peças cheias de propósito, história e cuidado, levando para sua casa um pouco do nosso legado!

 

 

Abaixo: alguns animais fotografados na RPPN Caetezal, fotos retiradas do Plano de Manejo.